Psicologia Positiva

Ciência do Bem-Estar

Teoria do Bem-estar (Seligman, 2011)

Seligman, aquando da presidência da American Psychological Association (APA), no final da década de 90 do século passado, promoveu, juntamente com outros colegas, um forte impulso no desenvolvimento e consolidação da Psicologia Positiva, tendo também contribuído na construção de um modelo teórico, suportado e bastante investigado ao nível empírico, sobre o bem-estar (inicialmente designado como “Felicidade Autêntica” e, posteriormente reformulado pelo autor, passando a designar-se como “Teoria do Bem-Estar”, ou Modelo PERMA). Juntamente com outros pesquisadores, Seligman dedicou-se ao estudo empírico de vertentes positivas do funcionamento psicológico, que denominou como forças de caráter e virtudes, com o objetivo de promover uma mudança no enfoque da Psicologia clássica, nomeadamente o foco em aspetos deficitários, negativos ou problemáticos, muito associados à doença mental.
Na sua Teoria da Felicidade Autêntica, Seligman considerava que a felicidade pode ser dividida em três elementos distintos: emoções positivas, envolvimento e significado, os quais são eleitos a partir dos valores intrínsecos dos indivíduos. As emoções positivas incluem os sentimentos e afetos agradáveis (e.g., prazer, êxtase, conforto). O envolvimento centrado no “flow”, passa pela capacidade de o indivíduo se envolver numa atividade absorvente, do seu interesse de modo a sentir-se uno, ou seja, fica de tal forma envolvido nessa atividade que se abstrai de todo o resto; funde-se com o objeto, pois toda a atenção concentrada exigida neste processo extenua todos os seus recursos cognitivos e emocionais. O terceiro elemento, o significado, diz respeito à necessidade dos seres humanos de dar sentido e propósito à vida.
Seligman refere a existência de três importantes carências na Teoria da Felicidade Autêntica. A primeira diz respeito à conotação de felicidade, popularmente conhecida como um estado de espírito alegre e animado. A segunda dá conta do lugar excessivamente especial da satisfação com a vida na avaliação de felicidade. A terceira refere-se ao fato de que a emoção positiva, o envolvimento e o significado não esgotam os elementos escolhidos pelo indivíduo de acordo com o seu valor intrínseco. Portanto, na altura, a criação de uma teoria que melhor especificasse estes elementos e que também suprisse tais carências, fez-se necessária, dando origem à Teoria do Bem-Estar (Seligman, 2011), também conhecida como Modelo PERMA (Positive emotion, Engagement, Relationships, Meaning, Accomplishment).
Desta forma, a Teoria do Bem-Estar defende que o tópico central em estudo na Psicologia Positiva é o bem-estar (e não a felicidade), e considera que este constructo é composto por vários elementos mensuráveis e reais, mas que por si só não o definem, não havendo uma medida que o operacionalize, mas vários fatores que contribuem para ele. Nesse sentido, nem todos os elementos do bem-estar são simples autoavaliações de sentimentos e pensamentos de emoções positivas, do nível de envolvimento e de significado que o indivíduo tem na sua vida, como preconizava a Teoria da Felicidade Autêntica. Portanto, a ciência que investiga o bem-estar constitui uma nova definição da Psicologia Positiva.
A Teoria do Bem-Estar é composta por cinco elementos e cada um destes possui três propriedades que o qualificam como tal, que são: 1- contribuir para o bem-estar; 2- ser almejado por vários indivíduos pelo seu valor específico e não simplesmente para alcançar os outros elementos e 3- ser definido e medido de forma autónoma em relação aos outros elementos. Além dos 3 elementos já incluídos na Teoria da Felicidade Autêntica (emoção positiva, envolvimento e significado) na Teoria do Bem-Estar o autor acrescenta mais dois: a realização pessoal e as relações positivas. Assim, o acrónimo PERMA resulta da designação em inglês dos cinco elementos que compõem este modelo: Positive emotion, Engagement, Relationships, Meaning, Accomplishment. 
Em síntese, os elementos explorados apresentam-se como essenciais para o bem-estar e a satisfação com a vida dos indivíduos e, juntos, formam o alicerce sobre o qual se pode construir uma vida feliz. 

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