Resumo
A transição e adaptação ao Ensino Superior (ES) é geralmente acompanhada por novos desafios e exigências na vida dos estudantes, que poderão afetar o seu bem-estar e desempenho académico. O objetivo principal deste estudo longitudinal é analisar o bem-estar subjetivo e o funcionamento psicológico positivo dos estudantes ao longo do seu percurso inicial no ES. Para o efeito, 137 estudantes de licenciatura responderam a três questionários em dois momentos distintos, com um ano de intervalo entre ambos: a Satisfaction With Life Scale, a Positive and Negative Affect Schedule e a Escala de Funcionamento Psicológico Positivo. Os resultados na amostra global não revelaram diferenças significativas entre os dois momentos, contudo verificaram-se pontuações menos favoráveis na passagem do 1º para o 2º ano, comparativamente com a passagem do 2º para o 3º ano. Além disso, no 2º momento de recolha de dados, o grupo de estudantes deslocados da sua residência mostrou uma melhor satisfação com a vida. Em conclusão, as instituições educativas devem prestar atenção a alguns grupos de estudantes em maior risco, implementando medidas de apoio à sua integração e adaptação ao ES.
Leia o artigo completo em:
https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/14705
Ser estrangeiro não é fácil! Há o medo inerente à mudança, a adaptação num novo ambiente e o luto daquilo que ficou para trás; vivido simultaneamente com a euforia de uma nova perspectiva, de experiências inimagináveis acontecendo e de um eu desconhecido surgindo. E, tudo isso nem sempre é algo tranquilo de equilibrar dentro de nós mesmos.
Senti na minha própria pele toda essa desordem emocional quando mudei-me para Portugal, onde vivo até hoje.
Logo no início da minha chegada as preocupações eram muito práticas. Eu precisava legalizar minha estadia e trabalhar. Minha mudança foi planeada, eu trazia comigo os documentos necessários, sabia o que tinha de fazer, e mesmo assim foi tenso!
Cada novo documento que necessitamos gera um estresse, sem falar do custo financeiro. Por sorte, nessa etapa ainda estamos cheios de energia. Acabamos de desembarcar, somos impulsionados pelo encantamento que o novo país nos causa, e isso ajuda muito a fazer o que tem que ser feito.
Então, com nossa autorização de residência vamos estudar, trabalhar ou quem sabe acompanhar os que amamos. Seguimos em frente!
Depois que já nos ajeitamos no lugar que passaremos a chamar de casa, as preocupações mais básicas foram sanadas. Talvez, seja nesse momento que nosso mundo interior começa a se manifestar mais insistentemente.
Como a sobrevivência já está garantida, depois de alguns meses fora, começam a surgir outras necessidades. É urgente recriar nossa nova vida. Fazer amizades, se sentir pertencente ao entorno, aprender a lidar com a saudade, com a sensação de desamparo e outras incontáveis angústias que vão surgindo dentro de nós.
Alguns chamam esse processo de “nascer de novo”.
Assim como um bebê faria através da exploração do ambiente e dos sentidos, vamos reaprendendo a caminhar, a falar, a desenvolver outros limites e novos talentos. Essa construção requer tempo, trabalho, disposição física e emocional. Não é fácil, nem para quem vai e nem para quem fica, mas tampouco impossível. O importante é estarmos conscientes de que isso é um processo e que, a ajuda de um Psicólogo, pode tornar o percurso bem mais fácil.
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